14/09/2023

REVIEW: Quest On Full Moon Island por Storm Kyleis


Uma ROM hack merecedora do troféu HV de bronze!

Saídas: 32
Dificuldade: Difícil
Autor: Storm Kyleis
Emulador Usado: Snes9x (atual)

Detalhe:
No nível "Windy Heights",  se você entrar no cano e ir para o subnível de caverna, a música vai parar de funcionar, mesmo que você possa continuar jogando. Não sei se isso só acontece em emuladores mais recentes ou em qualquer um.
        
    Ah, o SMW Redrawn. O que não falta na comunidade são hacks com essa temática infame, polêmica. Odiada por muitos e adorada por algumas outras pessoas (eu e minhas outras duas personalidades).
        E a hack a ser analisada hoje também foi vítima desses gráficos, mais especificamente eu estou falando da hack Quest On Full Moon Island, feita por Storm Kyleis em 2013, na época do AddmusicM.
        
"Certo dia um cano preto de repente apareceu no Reino dos Cogumelos. Mario, sem pensar duas vezes, decidiu explorar dentro..."

        Se você acha que essa hack foi lançada recentemente porque viu ela na lista de hacks recentes da SMWCentral, não se engane. Aquela é só a versão italiana.
        Partindo pra história, você já deve ter lido ela acima. Simples, mas até que é um pouco diferente do padrão. Infelizmente, o autor não quis ou não conseguiu mudar a música de introdução, provavelmente por causa da época onde não havia essa possibilidade, gerando uma introdução onde a música de introdução do SMW não encaixa muito bem.

Eis o mapa onde começamos. Não nesse ponto, é claro, mas sim na casa do Yoshi Toad ali no canto inferior esquerdo. Notou o errinho de paleta na animação de revelação de nível?

"Mario!? Como você chegou nessa ilha? 20 anos se passaram desde a última vez em que alguém veio aqui. Estou feliz em ver um rosto familiar."

        As mensagens aqui são bem intuitivas, algumas são comentários padrão e outras dão dicas sobre a história e a jogabilidade. 

Já comecei burlando o jogo...

        Muita gente não gosta dos gráficos redrawn por acharem eles feios, mas parece que o autor quebrou essa imagem, pois os visuais da hack, em sua grande maioria, são bem chamativos. O autor também conseguiu cometer poucos erros gráficos, alguns quase imperceptíveis, e também variar o cenário de forma não apelativa, com alguns momentos variados dos padrões de grama e outros conhecidos mas diferentes. Pra falar a verdade, essa variação começa a aparecer a partir do momento em que você passa do primeiro mapa azul e vai para a segunda metade do mapa grande, e nos níveis de gelo e navio afundado no estilo Donkey Kong Country os inimigos também recebem roupagens novas. Embora os níveis tenham gráficos variados e bem aprimorados, o mapa ficou na mesmisse do estilo redesenhado, com os seus errinhos e apenas uma variação de paleta (entre azul e verde, praticamente). Além disso, achei o mapa meio repetido, onde o primeiro mapa azul é quase um flip X do primeiro mapa.

Eis o primeiro chefe do jogo: uma máquina endiabrada acompanhada de dois boomerang brothers. Se isso for um computador, deve estar com o sistema operacional Ruindows. Ok, depois do último chefe demoníaco eu fiquei com saudades da simplicidade dessa máquina.

Acho que esse bicho tá com a paleta errada...


O jogo me trollou... E essa não foi a única vez.

        A hack também ousa ao apostar em momentos surpresa, como na foto acima, quebrando o esperado. Uma boa adição à jogabilidade.

Não era melhor simplesmente usar o chão de grama ao invés desses blocos vermelhos pra sustentar o pilar?

"Você deveria seriamente parar de entrar apressadamente em todo cano que você vê. Isso poderia ser doloroso. MUITO doloroso."

Tá vendo esse magikoopa? Ele vai ser o seu pior pesadelo nessa hack.

Eis que você é um covarde.

        A hack ainda decidiu infernizar apressados, colocando puzzles instigantes em algumas fases. Os puzzles não são muito difíceis, embora irão atrasar pessoas mais fracas nesse aspecto, e eu também não entendi nada no puzzle do nível "Azure Peak" e só saí voando até o cano final.
        A dificuldade é difícil e vai chatear aqueles mais desatentos, até porque o jogo tem alguns momentos de ataque de inimigos inesperados, ações precisas e o maldito magikoopa.

Esse bônus do SMW é tão defasado que eu até achei que o autor tinha se esquecido de configurar alguma entrada e eu estava preso.

É isso o que você recebe por se importar com esses coletáveis inúteis que só vão te dar uma vida extra!

O curioso caso do gelo que quebra em partículas de madeira.

        Em algum lugar eu vi opinarem que a história da hack ficou esquecida na sua grande parte, só ressurgindo no final, mas vale lembrar que não é um hábito muito comum dos jogos de plataforma do Mario ligarem pra história e que, principalmente na época em que a hack foi feita, uma história complexa e desenvolvida entre os níveis não era algo muito botado em prática e os recursos não ajudam, geralmente é só uma caixa de mensagem pra lhe informar. Além disso, a história aqui é praticamente o Mario andando por aí em busca de uma saída da ilha, então não há muito o que desenvolver aqui.

Essa floresta não deve cheirar muito bem...

        Já a trilha sonora aqui é muito boa, na minha opinião, encaixando bem com os níveis e momentos da hack e também sendo marcantes para alguns jogadores como eu. Porém, o autor não abriu mão de algumas músicas conhecidas da franquia Mario, como a música de caverna. E, falando em cavernas, acho que a hack deslizou nesse ponto, pois a maioria dos níveis não têm muitos subníveis e canos entráveis, e quando têm podem passar despercebidas por alguns jogadores que infiram os canos como ignoráveis.

Pelo menos para mim os níveis com essa temática azul e chuvosa, com a música Underwater City do jogo Rudra No Hihou foram os que mais marcaram a hack e a fizeram mais memorável. Aliás, notou o erro na foto? Tá na água.

Se o Mario também fosse silhuetado e o background fosse um pouco mais detalhado eu poderia considerar esse nível quase perfeito visualmente.

        Só para não perder o ritmo, aqui a status bar é a mesma do SMW só que com gráficos diferentes um pouco, infelizmente afetando o uso de layer 3, que não marca muita presença aqui, isso se eu estiver errado e a status bar usada for feita de sprites.

Peraí, se as gotas de chuva fossem de lava o Mario estaria morto, então...

        A hack mal investe em mecânicas ASM para combinar com as temáticas dos níveis, priorizando mais a jogabilidade, que, embora se aproveite mais de recursos originais, é bem variada e interessante. Alguns momentos são repetidos, como os momentos surpresa e a estética de munchers, mas nada gritante.

Se você acha que o último nível seria um castelo majestoso, errou! Na verdade é o primeiro nível, só que em preto e branco e com a música distorcida, além do final que te leva para um lugar "fatal"...
        
        Pode parecer algo bobo, mas essa hack contém uma estética "revolucionária", apostando numa trajetória linear e não linear ao mesmo tempo, além de quebrar o padrão chato do Mario. Há níveis com temáticas diferentes? Sim, mas não naquele velho sistema de mundos. Há momentos surpresa que usam kaizo blocks e movimentos precisos? Sim! Há tomadas cronológicas criativas, como o último nível sendo o primeiro só que em preto e branco? Sim! Há músicas com ritmo e melodia mais lentos, calmos e diferentes do padrão Mario, até mesmo invocando sentimentos de vazio, depressão e tristeza? Sim! O mundo que você vai percorrer nessa hack é um mundo digno dos jogos do Mario, mas também com um visual mais ousado, com estruturas não planas e confusas e um rumo mais "realista", se é que posso dizer assim. Para mim, é essa a magia dessa hack, complementada com o estilo redesenhado do Icegoom. A Ilha da Lua Cheia é crua e fantástica simultaneamente.
        Só para terminar, acho que o autor poderia ter usado inimigos mais customizados, pois ele usa os mesmos koopas, goombas, plantas piranhas, munchers, dry bones etc., causando um pouco de tédio. 

Made by... this person. 

Notou os pixels do chapéu do Mario bem embaixo da foto? Se sim, parabéns!

Notas Finais;

Dificuldade: 2/5
É sim difícil, mas não chega a ser tanto. Talvez o último chefe e o magikoopa serão seus maiores problemas.
Jogabilidade7,5/10
Muito bem utilizada nessa hack, mas não isenta de errinhos como o uso dos mesmos inimigos.
Gráficos8/10
Se você não gosta do estilo redrawn, jogue essa hack (e também a The Fallen Star do Ringo). Utiliza gráficos realmente chamativos e bonitos, embora algumas paletas sejam feinhas e algumas partes utilizem gráficos conhecidos do SMW. Também há alguns gráficos que eu acho feios, como os goombas e o Mario pequeno, mas isso não representa nenhum erro e esses gráficos são do estilo redrawn mesmo.
Mapa6/10
Pior ponto da hack, o mapa abriga níveis diversos mas é incoerente com eles e só varia em paleta (para duas cores), sem contar os erros estéticos e o primeiro mapa azul que parece um flip x do primeiro mapa. O mapa mais bonito aqui para mim foi o último, mas se mantém como mais uma variante do mesmo.
Músicas8/10
Algumas conhecidas mas os sons aqui usados foram totalmente marcantes para mim e espero que tenham sido para você também. Só perde um ponto pela música que quebra o jogo como diz o primeiro aviso logo no início dessa postagem.
Total8/10
Uma hack clássica e completamente marcante, longe de ser um novo jogo mas simplesmente fantástica como hack do SMW que mudou a imagem negativa do estilo redesenhado para melhor. Eu não vivi a era antiga do SMW ROM Hacking onde a moda era a estética da saga Donkey Kong Country mas é fácil pensar que esse jogo é revolucionário para sua época. Eu não consigo pensar em uma hack como essa nos dias atuais, mas isso está longe de inferiorizá-la. Storm Kyleis, parabéns pelo bom trabalho. Baixe urgentemente se você ainda não jogou e, se está prestes a jogar a hack, boa sorte na misteriosa Ilha da Lua Cheia.


Será que Quest On Full Moon Island 2 ainda vem por aí?

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